Epitáfio
Minhas mãos rastejaram pelos dias esburacados
como um verme.
E o botão da tua blusa estourou-me
as lembranças.
Caí
Caí no poço da insônia
bebendo o último gole de prazer.
Olhei-me na poça funda de Caim,
criada pela última chuva
e sujei-me da lama podre do teu despudor.
Fostes tu, ò poesia,
Foste tu a minha esmola e a minha sífilis
Foste tu, sossegadamente venenosa,
a minha louca assassina.
Este foi o primeiro poema seu que li. E lembro que, assim que o meu silêncio o leu, quis torná-lo voz naquela roda de poesia. Então o li para os outros. Lembra?! Nestes versos você conseguiu expressar tudo o que a poesia representa na minha miserável vida de aspirante a poetisa. Inveja dos seus versos (risos)!! Você, sem sombra de dúvidas, é um grande poeta, meu amigo do Vale!
ResponderExcluirhaha! Claro que me lembro. Sucumbi-me à timidez. Mas, sua eulalia deu um ritmo aos meus versos que pensei ser improvável conseguir. Aceito o alcunha de grande poeta se tomarmos como paradigma Benedito Nunes, que diz que os grandes poetas são metafísicos fracassados... Obrigado,novamente, pelas palavras gentis.
ResponderExcluirSr. Thiago, tenho andado desconfiada de que o vagabundo sobre que falava o Mário de Andrade, aquele "talzinho" que chutou o balde da Isaura, que desnudou a poesia, não era o "fulaninho" Rimbaud não, acho que era você...
ResponderExcluirFlávia,você, com seu jeito particularmente indizível, conseguiu deixar o poeta sem palavras...
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