segunda-feira, 23 de abril de 2012

Jequitinhonha: outros olhares

                                          Mercado Municipal de Jequitinhonha

domingo, 22 de abril de 2012

Jequitinhonha: outros olhares


                                          Praça da Matriz de Saõ Miguel, em Jequitinhonha

                                          Praça da Matriz de Saõ Miguel, em Jequitinhonha

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Não é história de pescador: cachara pega no rio Jequitinhonha

Texto que a professora Maria Ângela de Aráujo Resende apresentou sobre a minha dissertação de mestrado

- Boa tarde a todos!
- Agradeço à amiga e colega Profa. Ilca, que muito me honrou  com este convite e também, por esta parceria  que se fortalece – UFSJ e UNIMONTES. Parcerias importantes no cenário das universidades em Minas e do Brasil.
- A você, Thiago, agradeço a possibilidade de ler um trabalho  prazeroso, bem cuidado, bem escrito e articulado, fruto do seu desejo e de  muita investigação e que revela a sua maturidade acadêmica. É um prazer estar nesta mesa juntamente com o Prof. Anelito.
 - Thiago, percebo que a sua dissertação também é síntese de sua experiência pessoal, afetiva e científica, e que se abre a um novo desafio: ajudar a construir um tipo de crítica e um novo olhar sobre a poesia de e em Minas Gerais, para além do cânone. Achei interessante esta linha de pesquisa deste Programa de Mestrado:  Literatura de Minas Gerais – que significa, a meu ver, a possibilidade de abertura a novos caminhos críticos frente às novas produções ou aquelas que não foram contempladas pela crítica. No meu entendimento, é também, um trabalho que transita entre o ético e o político (aqui entendidos como a possibilidade de construir novos olhares e interpretações do Brasil, através do literário).
         Parabenizo a sua orientadora, pelo recorte metodológico  – leituras imprescindíveis para este tipo de investigação e pela abertura intelectual em orientar trabalhos como este. Apesar de todo o discurso das Ciências Humanas nas Universidades sobre as alteridades, os resíduos, as margens, os deslocamentos, nem sempre encontramos espaço para propor discussões como esta, que privilegiam mais a ausência do que a presença. Penso no compromisso que nós, educadores e pesquisadores temos frente aos espaços de silêncio e à memória cultural da região onde estamos inseridos – e a necessidade de estabelecermos, através do ensino, da pesquisa e da extensão  uma  relação entre o local e o global.
         Thiago, a sua dissertação revela, antes de mais nada, um trabalho corajoso. Corajoso, por tratar, segundo alguns críticos, da “baixa literatura”, ou seja,  sobre textualidades e discursos que não encontram ressonância no cânone literário, que não são citados nas antologias das grandes editoras.  Um trabalho minucioso, de busca em várias fontes (orais e escritas, jornais). Imagino que buscar o “rosto perdido” do Jequitinhonha, através da literatura (para lembrar Ricardo Piglia, ao falar da memória e tradição), não foi uma tarefa fácil, torna-se um empreendimento ousado. Através do seu trabalho, pude conhecer, um pouco da poesia de Tadeu Martins, Gonzaga Medeiros, Wesley Pioest, Jansen Chaves e José Machado.
- Outro grande mérito de sua pesquisa: a novidade – Consolidar o que tem sido construído sobre as poéticas do Jequitinhonha – poéticas aqui entendidas como as manifestações através da poesia, da prosa, dos casos, dos relatos orais, do artesanato, da cultura popular.   
- Gostei também, do modo como você tratou o texto literário – articulando tanto o seu processo de feitura, sem abandonar o discurso – produto e processo que engendram tanto a interioridade do poema, suas articulações metafóricas, metonímicas, de som e sentido, como o poema enquanto um produto de cultura e que também dialoga com outros tempos e outras poéticas. Trazer à cena Silva Alvarenga, Cláudio Manoel da Costa e Cecília Meireles, fundindo discursos e temporalidades enriqueceu em muito o seu trabalho – desta forma, é possível ler uma certa tradição que se fez e que se faz, desde o ciclo do ouro e suas revisitações.
Como professora de Literatura Brasileira e de Teoria Literária, percebo que, atualmente, carecemos de um olhar mais detalhado sobre o texto poético ou em prosa – e você nos proporcionou isto.
Não estou dizendo que devamos priorizar a análise pela análise – me lembro de um texto fundamental de Antonio Candido – um pouco datado, mas sempre necessário – “Na sala de aula”.
Agradeço-lhe por você ter me proporcionado o contato com esses poetas e esta poesia. Parabéns!

Maria Ângela de Araújo Resende (Graduada em Letras pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia Ciências e Letras (1982), Mestrado em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (1997) e Doutorado em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG (2005). Professor Adjunto III da Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ. Professora da Graduação e do Mestrado em Letras da UFSJ: Teoria Literária e Crítica da Cultura, com ênfase em Literatura Brasileira, Teoria Literária, Literatura Comparada e Crítica da Cultura. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Memória e Modernidade (CNPq). Atua na linhas de pesquisa: Literatura e Memória Cultural, com ênfase em pesquisa em acervos e arquivos e também no Grupo de Pesquisas das Poéticas da Modernidade, com ênfase nos estudos da poesia e prosa contemporâneas.)
                    

terça-feira, 17 de abril de 2012

Cidade de Jequitinhonha receberá unidade do "Minas Fácil"

O governador Antonio Anastasia lançou, na sexta-feira,13.04, na sede da 
Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg), 59 novas unidades 
do  Minas Fácil. O serviço, que facilita a abertura de negócios por empreendedores 
mineiros, é prestado pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado 
de Planejamento e Gestão (Seplag), em parceria com a Jucemg, Receita Federal 
e prefeituras municipais. Para este ano, o investimento do Tesouro Estadual no 
serviço será de R$ 300 milhões.
Com as novas unidades, Minas Gerais passará a contar com 91 pontos de 
atendimento do Minas Fácil, que faz parte do Projeto Estruturador Descomplicar
do Governo do Estado. Atualmente, 80 unidades já estão em funcionamento 
e as demais estarão prontas até o final deste semestre.
Anastasia destacou a importância para o desenvolvimento econômico e social do 
Estado da redução do prazo para criação de novas empresas e da 
desburocratização nos procedimentos, como na emissão de alvarás sanitários e 
do Corpo de Bombeiros, também integrados ao sistema Minas Fácil.
“Sempre foi queixa dos empresários o fato de não conseguirem abrir as empresas. 
Assim, não geram negócios, não criam empregos, não pagam tributos e a riqueza 
não circula. Portanto, com o Minas Fácil nós estamos dando oportunidade para
que os mineiros contribuam para a prioridade absoluta de meu governo, a 
geração de empregos. Porque quem os gera não é o poder público, são os 
empresários. O poder público tem a responsabilidade de dar os instrumentos
e fomentar essas iniciativas, e é isso que estamos fazendo”, disse o governador.
O número de micro e pequenas empresas em Minas Gerais saltou de 20 mil 
para 130 mil, entre 2007 e 2011, segundo dados da Jucemg. Atualmente, mais
de 60% das empresas mineiras são criadas por meio do Minas Fácil.
Referência nacional
Criado em 2005, o Minas Fácil tornou o Estado referência nacional no processo
de abertura de empresas. Enquanto o prazo médio nacional, segundo levantamento 
do Banco Mundial, ultrapassa os 100 dias, Minas Gerais tem média de nove
dias. Desempenho que levou o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e 
Comércio Exterior a escolher o modelo adotado em Minas para ser exportado para 
outras unidades da federação.
A presidente da Jucemg, Ângela Pacce, destacou a descentralização do Minas Fácil a 
partir da implantação das novas unidades, contemplando, principalmente, municípios
da região Norte do Estado. “É uma demonstração da ação suprapartidária e da 
preocupação do Governo de Minas com os mais necessitados. Dessa forma levaremos 
mais atividade econômica para dentro de cidades que, até então, tinham sua 
população dependente de municípios próximos”, explicou ela.
O governador Anastasia corroborou as palavras da presidente da Jucemg. 
“Essa constatação demonstra nosso grande esforço de levar infraestrutura física e 
social para gerar negócios formais no Grande Norte. Levar mais facilidade aos 
empresários, evitando a necessidade de deslocamento para a capital ou cidade
polo da região, porque tudo isso significa custo, dinheiro e atraso”, explicou ele.
As novas unidades do Minas Fácil serão instaladas nas seguintes cidades
do Vale do Jequitinhonha: Almenara, Araçuaí, Bocaiúva, Diamantina, Grão
Mogol, Itamarandiba, Jequitinhonha, Joaíma, Medina, Rio Pardo de Minas
e Salinas.
Quatro passos
Pelo serviço Minas Fácil, o empreendedor pode abrir o seu negócio de maneira 
simplificada e ágil, seguindo quatro passos: preencher a consulta de viabilidade; 
preencher o formulário eletrônico do Cadastro Sincronizado; acessar o Módulo 
Integrador; apresentar os documentos necessários em uma unidade da Jucemg. 
Em até nove dias é entregue o contrato social registrado, o CNPJ, a inscrição 
municipal, o alvará de localização e, de acordo com a atividade, a inscrição 
estadual.
Projeto Descomplicar
O Minas Fácil é um dos pilares do Projeto Estruturador Descomplicar, coordenado
pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, com o objetivo de tornar mais
simples e ágeis as relações dos cidadãos e empresas com o Governo de Minas, por 
meio dos serviços prestados pelas secretarias de Estado da Fazenda e de Meio 
Ambiente, pela Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros.

domingo, 15 de abril de 2012

A cerca das vozes fantasmas




Guaraciaba seguia a procissão da Semana Santa. O sol queimava seus cabelos vermelhos e provocava um ruído estranho em seu nome e em seus ouvidos. Escutava uma voz plena, forte, que vinha de um lá não sei onde. Ele a desentendia. Fingia não querer escutá-la. Sua avó, Anauá, dizia que as terras do povoado de “Palmassu”, pamonha, em indígena, eram assombradas. Guaraciaba prosseguia, incerto. Tinha uma incerteza no peito. Qual de nós não tem? Deambulava sobre o lajedo. Perseguia as vozes que sumiam na horizontal do céu, descambando para os lados do distrito de Caju, no município de Jequitinhonha. A poeira grudava em seu rosto. De longe, uma oração: “Ó Luz, Poder Supremo!/ Ó Sombra Incriada Onipotente, alimento da nossa vida e da nossa morte,/ fazei com que possamos realizar em Ti tudo aquilo que o teu onipotente pensamento nos ordena./ Assim seja!”
Ouvia vozes, diversas. Mas, nunca as compreendia. Exceto o pedido de socorro, som rouco que permanecia em sua memória apática. Lembrava-se da avó e dos casos que ela lhe contava. A cerca de pedra estava ao lado da procissão. Ambas pareciam cúmplices. Não se sabe quando a cerca fora construída. O que se sabe é que servia para demarcar as terras na época em que inexistiam arames e madeiras. Ela rodeava o lajedo das jabuticabas. A procissão se aproximava da cruz. Guaraciaba sentiu uma vertigem, uma agonia. Escutou a oração da morte: “Ó meu Deus! Ó Tu que perdoas os pecados! Tu que concedes dádivas e afastas aflições!/ Suplico-Te, verdadeiramente, que perdoes os pecados dos que abandonaram as vestes físicas e ascenderam ao mundo espiritual./Ó meu Senhor! Purifica-os das transgressões; as tristezas, desvanesce-lhes e transforma sua escuridão em luz./ Permite que entrem no jardim da felicidade, purifiquem-se com a água mais límpida e, no mais sublime monte, contemplem Teus esplendores.”
Cada um fazia o sinal da cruz e colocava uma pedra em cima da sepultura. Esta estava repleta de mensagens e pedidos. Transbordava em pedregulhos. Um nome chamou a atenção de Guaraciaba. Sim, era ela. Cunhapora. A índia de que sua avó tanto lhe falou. A índia que tinha morrido à beira da cerca, assassinada pelo jagunço Andirá. A índia que aparecia para os romeiros na Semana Santa. A índia que tanto assustava a população de Caju e do “Palmassu”. A índia que cantava em noite de lua cheia: “Hê, hyá, hyá, hyá!”. Guaraciaba fez um tímido sinal da cruz. Não quis rezar. Deixou uma pedra na sepultura e foi embora, pasmo.
À noite, já deitado, lembrou-se da índia Cunhapora. Voltou ao lugar onde estava a sepultura da índia. Vozes se intercalavam na noite. O vento gelado contrastava com o calor de seu corpo intranquilo. Guaraciaba caminhava sem rumo. As vozes pareciam persegui-lo, acompanhá-lo. Não conseguia identificar nenhuma palavra que cruzava o breu incorpóreo. De repente, escutou uma voz grave: “Hê, hyá, hyá, hyá!” Era o canto de Cunhapora. A voz se tornava mais forte. Guaraciaba se deparou com a sepultura da índia. As pedras iluminavam o escuro, movendo-se sobre o lajedo. A lua se ocultava sob as nuvens. Vários vultos cercaram o índio. O herói jequitinhonhense não mais falava. Estava em êxtase. Em catarse. Uma imagem surgiu sobre a cerca das vozes. Tinha cabelos negros como a noite. Corpo moreno como as águas do córrego das pedras. Era ela. A índia das histórias de infância. Cunhapora apareceu e tocou o rosto de Guaraciaba. E ele nunca mais fora visto pelas redondezas do Caju. Dizem que virou pedra. Mas, não se sabe. Não se sabe...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Município de Jequitinhonha é contemplado com 50 casas do programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal.

O Governo Federal selecionou 2.582 municípios de até 50 mil habitantes para construir mais 107.348 unidades habitacionais pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV 2), com investimento de R$ 2,8 bilhões. Do total de selecionados, 1.163 estão sendo contemplados pela primeira vez por esta modalidade e 1.419 já haviam sido selecionados pelo MCMV 1.  
O Ministério das Cidades divulgou que o nível de pobreza foi o critério que mais pesou na escolha dos 2.582 municípios. 


Minas Gerais teve 211 cidades selecionadas e 7.866 famílias serão beneficiadas. Destas, 34 cidades estão no Vale do Jequitinhonha, com 1.338 famílias a serem beneficiadas.


A ideia é fazer com que o programa alcance ainda mais o seu objetivo de dar condições para as famílias de baixa renda ter acesso a moradia digna.
O programa nessa modalidade visa atender famílias que possuem renda mensal de até R$ 1.600,00, residentes em áreas urbanas.
Os empreendimentos são de pequeno porte e as propostas foram limitadas a 50 unidades habitacionais por cidades. Os estados também puderam cadastrar uma proposta para municípios de até 20 mil habitantes e duas em municípios entre 20 e 50 mil habitantes.
A parceria com municípios e estados é ainda mais importante nessa modalidade. As propostas apresentadas contêm contrapartidas que facilitam a execução do empreendimento, como terreno, por exemplo, item obrigatório que poderá ser de posse do beneficiário ou cedido pelo proponente.
O governo federal vai conceder subsídio de R$ 25 mil por unidade construída.
Com informações do Ministério das Cidades
Cidades do Vale contempladas
ALTO JEQUITINHONHA
Município – Quantidade de casas
Diamantina – 50
Felício dos Santos – 40
Itamarandiba – 16
Minas Novas – 50
Rio Vermelho – 30
Turmalina – 40
MEDIO JEQUITINHONHA
Araçuaí – 50
Caraí - 50
Francisco Badaró – 40
Itaobim – 50
Jenipapo de Minas – 20
Monte Formoso – 40
Novo Cruzeiro – 50
Virgem da Lapa – 40
BAIXO JEQUITINHONHA
Divisa Alegre – 40
Felisburgo – 30
Jacinto – 40
Jequitinhonha – 50
Joaíma – 40
Mata Verde – 40
Palmópolis – 16
Rio do Prado – 50
Salto da Divisa = 40
Santa Maria do Salto – 40
REGIÃO SEMIÁRIDO
Bocaiúva – 50


Botumirim - 40
Cristália – 40
Grão Mogol – 40
Novorizonte – 40
Olhos Dágua – 40
Padre Carvalho – 40
Rio Pardo de Minas – 50
Rubelita – 26
São João do Paraíso - 50

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Apenas mais uma tentativa (Poema para Juliana Fagundes Cunha Lage)



O teu corpo
É um delírio hipnótico de invés e talvez,
invenção súbita entre o provável e o improvável.

O teu corpo é o Barco Ébrio
e o raríssimo sentimento à deriva
que reduz as palavras às simples constatações.

O teu corpo é a ideia irredutível,
Não só um Ela É,
Mas um Ela E,
como prece solta pluralmente no tempo,
como o corpo sem órgãos deleuziano,
o ovo de dogon e a repartição de intensidades.

O teu corpo
O teu corpo não é só corpo enquanto matéria
mas a abstrata força de entretantos
que entre tantos, foge desassossegado do banal.

O teu corpo 
O teu corpo não é corpo arbitrário a outros olhos, é mágica, é exceção, é convencimento de que outrora e toda hora o amor pode ser inventado e inevitavelmente conduzido por esse inominável silêncio interrogativo que me pergunta, frequentemente, a secreta expressão que levas em ti...

Igreja do povoado do Caju, no município de Jequitinhonha



O sol inconsciente
A torre desbotada
A sombra desumana
O céu sem fundo
O sino silencioso
A cruz calada.

Todas as imagens se somam
e se escondem nos ventos do Caju.

MEC lança programa de educação para o campo nesta terça

A presidenta Dilma Rousseff deve anunciar na próxima terça-feira (20) o Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo) para impulsionar a qualidade da educação rural. O programa prevê construção e reforma de escolas, qualificação de professores e a criação de grades curriculares e disciplinas específicas, adaptadas à realidade dos estudantes que vivem na zona rural.

As escolas localizadas em áreas rurais respondem por 12% das matrículas de educação básica no País. Os indicadores educacionais do campo são bastante inferiores aos verificados nas áreas urbanas. Enquanto a taxa de analfabetismo no País - na população com mais de 15 anos - é 9,6%, na zona rural o índice sobe para 23,2%. Apenas 15% dos jovens de 15 a 17 anos do campo estão no ensino médio e só 6% das crianças até 3 anos têm acesso à creche.
Entre as ações previstas está a produção de material didático específico para as escolas rurais, que abordem os temas da realidade do campo. Até este ano, os estudantes recebiam os mesmos livros que eram enviados ao restante do país.
O programa também prevê a construção de novas escolas, cursos de formação continuada para professores e melhoria na infraestrutura das unidades – cerca de 11 mil escolas do campo ainda não contam com luz elétrica, número que representa 15% do total. Segundo relatório do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a maioria também não tem laboratório, biblioteca ou espaços de lazer.
O Pronacampo foi encomendado por Dilma ao Ministério da Educação em 2011. O processo de negociação também envolveu reuniões entre entidades e movimentos sociais ligados ao campo e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

Fonte: Portal IG

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Visita a Escola do Projeto Craúno

Estas são Nelma(Dir) e Teresa(Esq), cantineiras da Escola Municipal do Craúno, zona rural do município de Jequitinhonha. Visitei a escola para realizar levantamentos para a secretaria de Educação e fui recebido por uma alegria solta e contagiante, algo inato ao povo do lugar. Destaco o tempero das duas e o jeito desconfiado e muito receptivo de ambas.Aprendi bastante!

terça-feira, 3 de abril de 2012

Gratificante homenagem que meu primo, Felipe Machado, fez para mim.

Tica, só hoje consegui finalizar um texto que fiz pra você, assim que li seus agradecimentos na tese do mestrado. Não se importe com a simplicidade, mas traduz, parcialmente, a mensagem que queria te transmitir.

Ao poeta, amigo, irmão.
A sua história não começou há pouco. Não no seu nascimento, nem no nascimento de seus pais. Não com nossos avós, mas antes destes. A sua história se iniciou junto à dos criadores de Jequitinhonha.
Neste Vale de artistas discretos, você quebrou a timidez que lhes é imposta e os apresentou ao mundo. Revelou aquilo que temos de melhor e fez todo o resto entender o valor de cada palavra ali inventada, cada sotaque aberto ouvido, cada música nas rodas cantada. O seu trabalho, escrito com suor e poesia, talvez seja o melhor retrato já feito de Jequitinhonha. Este retrato não expõe somente a nossa paisagem. Ilustra também a sua vida. Vida que acaba por percorrer as curvas do nosso rio, que se evapora com o calor das nossas terras e que retorna ao chão com as lágrimas que caem dos nossos rostos, agora emocionados.
Thiago, eu sinto orgulho de você. Nossa família sente orgulho de você. Sei que, dessa forma, não só mantém a poesia de Jequitinhonha viva, como também nos faz sentir autores desse espetáculo.
Todos nós, jequitinhonhenses, agradecemos a sua homenagem. Obrigado por me permitir fazer parte dela.

domingo, 1 de abril de 2012

Mestre, com carinho!

                                          Professores Doutores Maria Ângela (UFSJ), Ilca de Vieira (Unimontes) e Anelito de Oliveira (Unimontes)

                                          Meus pais e meu irmão, presentes na defesa

O meu Muito Obrigado a todos aqueles que estiveram comigo, direta ou indiretamente, durante dois longos, prazerosos e árduos anos de escrita da dissertação. Meu título de mestre é, de certa forma, de todos vocês. Gostaria de agradecer aos meus familiares o apoio que me deram e o enorme carinho. Em especial, à tia Sandra, segunda mãe que sempre zelou pelo Patrimônio do Amor e ao tio Zé, que me mostrou que a Educação necessita ser alfabetizada; que a Casa do poeta é o Mundo; e que o povo do Vale não é mito, é questão. Aos meus pais, Maria Lúcia Machado de Matos Silva e Oscar Eurípedes Gomes da Silva, os ensinamentos diacrônicos. E à Juliana Fagundes da Cunha Lage, Minha Eterna Senhoura-Namorada, a quem dediquei o meu trabalho. Meu precioso Amor, o Amor Palavreia, Musiqueia, Borboleta, Espreguiça e Beija com Olhos de Ressaca. O Amor é Humor, é Momento Inteiro, é Coincidência. O Amor é Sempre Soma, Desejo Ambíguo, Reticência... certamente, a sociedade colonialista mineira, após meu trabalho, olhará o Vale não com clemência, mas com respeito. E, certamente, esta dissertação incluirá o Vale no seleto grupo da Babel da crítica literária brasileira. Espero que venham outros tantos trabalhos. O Vale, definitivamente, vale mais do que dizem que pesa!