terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Notinha Minha de desabafo

Enquanto o Brasil continuar a ter pessoas como o Fernando Haddad, que trata a educação como marketing pessoal e político, a sociedade continuará assistindo à supremacia dos bandidos sobre os cidadãos de bem (os verdadeiros mocinhos). Não adianta se basofiar por causa do Prouni, quebra-galho das instituições privadas, se na educação de base somente 22% dos professores têm nível superior e se os professores brasileiros recebem o terceiro pior sálário do mundo. Sim, o buraco na educação é muito mais embaixo. E o "trem" é muito mais feio do que parece!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O município de Jequitinhonha tem até esta sexta-feira, dia 13, para enviar projeto que trate da instalação do campus da UFVJM

A comissão Pró-Instalação de Campus da UFVJM – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – em Minas Novas-MG, participou nesta segunda-feira (09/01/12), de reunião com professores da UFVJM, membros da comissão responsável pela elaboração do estudo técnico das cidades que almejam receber campus da Universidade e que servirá como base para a votação de qual cidade entrará no PDI – Plano de Desenvolvimento Institucional – da UFVJM.

Durante a reunião, foi apresentado aos professores da UFVJM o projeto elaborado pela comissão minasnovense que pleiteia campus da Universidade na cidade. No projeto, foi demonstrado as vantagens da cidade em ser sede do campus no Alto-Jequitinhonha, como localização geográfica, numero de estudantes com idade acadêmica (18 a 24 anos), sendo esta superior, inclusive, às demais cidades de Capelinha Itamarandiba, mesmo estas contando com população maior que a de Minas Novas, segundo dados do IBGE 2010.

Foram apresentadas, ainda, a enorme contribuição de Minas Novas para a história não só do Vale do Jequitinhonha, mas de Minas Gerais e Brasil. Minas Novas seja talvez a única cidade do ciclo do ouro que não possui uma universidade federal. Historicamente, cidades com tradição e cultura possuem universidades públicas, o que não ocorreu com Minas Novas.

No projeto, foi enaltecido as condições positivas em receber o campus, como três possibilidades de terreno próximo a cidade, todos a menos de dois quilômetros do centro da cidade.

Todas as cidades que pleiteiam campus da UFVJM, Minas Novas, Capelinha e Itamarandiba (Alto-Jequitinhonha), Itaobim e Araçuaí (Médio-Jequitinhonha) e Almenara, Pedra Azul e Jequitinhonha (Baixo-Jequitinhonha) terão que enviar um projeto até esta sexta-feira (13/01/2012), que será analisado pela comissão responsável.

Conforme esclarecido pela comissão, o projeto por eles elaborados servirá de base para a decisão do CONSU (Conselho Universitário) das três cidades que serão incluídas no PDI. Foi esclarecido, ainda, que a inclusão no PDI não é garantia de instalação de Campus nas cidades escolhidas. Cada cidade deverá, através da força política, pressionar posteriormente no MEC para que as cidades sejam contempladas com campus universitário.

A decisão final do CONSU sobre as cidades que deverão estar no PDI final sairá em fevereiro, provavelmente na primeira sexta feira de fevereiro ou após o carnaval. 

Fonte: blog do Jequi.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Receitas de Ano Novo, algumas mais.

Sim, prezado leitor, como você percebe agora, não ganhei na mega-sena da virada. E vejo que você também não. Decepcionante, não? Provavelmente, se tivesse ganhado, eu estaria em qualquer canto da Grécia, onde os transportes coletivos se chamam, literariamente, metáfora, e esta coluna não seria escrita. E, provavelmente, se você tivesse ganhado não estaria se torturando, neste momento, ao ler estas maltrapilhas reflexões. Espero, então, já que não tivemos sorte no jogo, que o Amor continue a ser a minha e a Vossa sorte predileta. Espero também que este ano seja bem melhor para todos nós. E digo-lhes: desta vez procurei fazer a minha parte. Confesso-lhes, nunca fui muito chegado em simpatias. Entretanto, escolhi várias do senso comum e resolvi praticá-las vorazmente. Quem sabe não dá certo! Tudo bem! Vez por outra penso: se simpatia dá certo, por que são repetidas todos os anos? Por outro lado, nunca vi ninguém afirmar que simpatia dá azar. Por isso, pratiquei-as sem saber se, nesta história, falo a verdade ou se inventei. Mas, pratiquei-as! E aconselho vocês a fazerem o mesmo, ainda que em atraso. A primeira simpatia que pratiquei foi o banho de sal grosso. Os banhos com água salgada e ervas são muitos comuns para renovar energias. Além disso, o sal, em muitas culturas, serve para purificar os ambientes e dar gosto à vida. Na língua ioruba, é designado pela palavra Ivo, que significa alegria. Há cinco mil anos o engenheiro romano Peccius o usava como moeda para pagar operários. Daí que veio a palavra salário. Assim, como energia, purificação, gosto à vida, alegria e salário (bem gordo, de preferência) não fazem mal a ninguém, e como não tenho pressão alta, caprichei no banho! Depois, chegou a hora de escolher a roupa. Claro, o branco prevaleceu, pois trata-se de uma tradição trazida ao Brasil por tribos africanas durante o período da escravidão. De acordo com tais tradições, o branco tem o significado de paz e purificação. Posso não acreditar muito em simpatias, mas nunca desrespeito tradições. Parodiando a música, “amor é amor, romance é romance, um lance é um lance” e tradição é tradição. Por minha conta e risco sem graça parodiei a música, vesti o branco e o mesclei com outras cores.
Coloquei um cordão de ouro, porque o amarelo atrai dinheiro. Uma blusa branca e verde, pois a última cor traz saúde. Um tênis branco e violeta, pois a última traz elevação espiritual. Uma meia branca e azul, pois a última traz esperança. E um relógio vermelho (sim, um relógio vermelho, Crerdospade!) para o Amor. Tudo bem que o Amor que tenho é muitezamente suficiente. Mas, um simpatiazinha para mantê-lo não é nada mal e vale o sacrifício! Em seguida, antes de descer para a praça de Eventos parecendo um arco-íris, fiz o meu banquete. Tudo bem, não era igual ao de Platão. No entanto, teve lentilha, que, segundo a tradição grega, atrai riqueza. Teve romã, em sete pedaços, lógico, e com direito a sementes dentro da carteira, visto que essa fruta é historicamente associada à fecundidade, à riqueza e à paixão. Tiveram nozes, avelãs e amêndoas que, respectivamente, para os romanos, estão relacionadas à prosperidade, à fartura de alimentos e à proteção dos efeitos do álcool. Tiveram as doze uvas, uma vez que elas são relacionadas à fartura desde que os imigrantes italianos e portugueses trouxeram para o Brasil o costume de guardar as sementes dessa fruta para atrair prosperidade. E, finalmente, tiveram as carnes, mas nada de aves ou caranguejos que ciscam ou andam para trás, e sim porcos ou peixes que fuçam ou nadam para frente e, por isso, atraem prosperidade. Após o banquete, desci para a praça, torcendo para não ter uma indigestão. Lá, brindei a chegada do ano novo com vinho e champanhe que, como versa a crença popular, por serem feitos de uva, atraem sorte e prosperidade. E se você, leitor atento, acha que me esqueci dos três pulinhos com a taça de vinho e champanhe na mão, sem derramar uma gota sequer, e, posteriormente, de jogar a bebida para trás, pode tirar seu pônei da chuva. Fi-los como reza a lenda e usando uma taça de cristal, que purifica as energias. Por fim, para terminar o ritual das simpatias, fui até o rio Jequitinhonha, ao som da banda Delírios. Lá, ofereci, através das águas do “Mar de Minas”, flores, velas, perfumes, sabonetes e bebidas para Iemanjá para que tal Deusa arrastasse os problemas para o fundo do mar e devolvesse, através das marolas do Jequitinhonha, a esperança de um futuro melhor. Ensaiei também os sete pulinhos sobre as marolinhas do rio para invocar os poderes da mesma Iemanjá, que, de acordo com a umbanda e o candomblé, purifica o espírito e dá forças para vencer os obstáculos do ano que está por vir.
Não sei muito bem se tais simpatias darão certo. Por precaução, adotei a minha boa e velha simpatia de toda virada de ano: assistir, por três vezes seguidas, a partir da uma da manhã do dia 1 de janeiro, ao filme “O Rei Leão”. Ela, garanto, não falha! Como não falham, certamente, as simpatias ou não simpatias de milhares de vocês. Niilistas ou não, o que vale, neste início de ano, são os desejos de um mundo melhor. O poeta Affonso Romano de Sant’Anna, no poema “Vai, ano Velho”, diz “vai, ano velho, vai de vez/vai com tuas dívidas/e dúvidas, vai, dobra a ex-/quina da sorte, e no trinta e um/à meia noite, esgota o copo/e a culpa do que nem me lembro/e me cravou entre janeiro e dezembro”. Já no poema “Receita de Ano Novo”, que, inclusive, serve como inspiração para o título deste texto, o poeta Carlos Drummond de Andrade afirma “Para ganhar um Ano Novo/ que merece este nome,/você, meu caro, tem de merecê-lo,/tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,/mas tente, experimente, consciente./É dentro de você que o Ano Novo/cochila e espera desde sempre. Então,convido-lhes, prezados leitores, para, neste ano, fazermos diferente. Muito mais do que desejar aquela viagem dos sonhos, do que visar a um aumento ou encontrar uma alma gêmea. Muito mais do que colecionar simpatias em benefício próprio, convido-lhes, antes, a refletirmos juntos, como sempre fizemos aqui. A cidade de Jequitinhonha se aproxima de uma nova eleição municipal. Creio que a mais importante da nossa história. E sabe por quê? Pela primeira vez o município chegará a uma eleição estruturado, com perspectiva de desenvolvimento e, sobretudo, com dinheiro em caixa. Tal situação despertou o interesse de políticos que já conhecemos e dos quais não temos nenhuma saudade por “conta” das “contas”, do faz-de-conta e da calamidade que aqui criaram e também de políticos que se oferecem como nova opção, mas que se ocultam por trás dos seus narcisismos inertes e frágeis, e da falta de projetos. Portanto, acredito que chegou a hora de darmos exemplo e superarmos picuinhas, ideologismos partidários, individualismos exacerbados e rixas ridículas em nome do coletivo. Comece a pensar. Será que vale a pena mudarmos de projeto político? Será que vale a pena corrermos o risco de Jequitinhonha voltar a ser a “aldeia de Potemkin”, que, sumariamente, ganhou este nome por ser uma espécie de construção literal ou figurada destinada a esconder situações indesejáveis? Será que vale a pena voltarmos a ser a terra do “nunca” ou do já foi? Será que vale a pena retornarmos a um passado de sono e abandono? Hoje, vejo uma Jequitinhonha que tem orgulho de cantar seu hino. E é essa a terra que quero manter.É essa terra que espero que continue no caminho do crescimento e desenvolvimento. E você?O que quer? A Jequitinhonha que dá certo? Ou a volta da Jequitinhonha que nunca deu certo? Termino com as palavras de Affonso Romano e de Drummond, misturadas, uma vez que para ganharmos um Ano Novo sem dúvidas, dívidas e culpas que não lembramos, para merecê-lo, fazê-lo diferente, temos que experimentá-lo, conscientemente,pois é dentro de nós que ele cochila e espera desde sempre.