terça-feira, 25 de outubro de 2011

Evangelho segundo a China (Poemameu)





Nunca abra os olhos
Nunca enfrente um tanque
Nunca tire férias
Nunca, nunca mesmo, acesse o facebook,
pois a desobediência pode ser castigada
e  virar pó de Muralha.

Nunca esqueça que o Mandarim manda em mim e em você
( e nas vontades do mundo) e nós, vermelhos de vergonha,
Envergonhamo-nos, redundatemente circumvermelhados pelo silêncio, por
assistimos, calados, aos infanticídos vermelhos de sangue,
Cor-de-Comunismo.

Nunca, nunquinha...

Nunca pronuncie a palavra Revolução
E Nunca esqueça que Mao é o caminho
E...
Não procrie,
Copie.

domingo, 23 de outubro de 2011

Argentino vence partida, mas, Comissão Organizadora dá título do campeonato jequitinhonhense de futebol ao Náutico.


Em partida realizada no sábado, 22 de outubro, às 19 h, pela final do campeonato jequitinhonhense de futebol, a equipe do Argentino derrotou o Náutico por 2 X 1, no tempo normal, porém, como o Náutico havia vencido a partida anterior por 1 X 0, o título foi decidido nos pênaltis. Na cobrança das penalidades, o time do Argentino, novamente, venceu o Náutico por 4X 3, placar que daria o título ao Argentino. Daria, porque para a surpresa de todos os presentes no estádio Mineirinho, após realização da partida e, inclusive, após o Argentino comemorar o título com sua torcida, a Comissão Organizadora do Campeonato anunciou, no momento da entrega dos troféus, que o campeão, na verdade, era o time do Náutico. Segundo a Comissão, a equipe do Argentino havia escalado, irregularmente, o atacante Pedro, que estava suspenso por três partidas e, portanto, não poderia ter disputado o jogo final. Ao saber disso, os dirigentes do Argentino retiraram os seus atletas de campo e o estádio, antes invadido pela alegria dos torcedores e por um grande público, foi tomado pelas sensações de constrangimento, revolta e mal-estar. Certamente, a incompetência da Comissão Organizadora estragou um campeonato que fora emocionante e disputado até a sua final (a disputa por pênaltis prova isso), uma vez que toda essa situação poderia ter sido evitada com uma simples medida dessa Comissão: anunciar, antes do início da partida, no microfone do estádio, que se o atleta Pedro participasse do jogo, o Argentino perderia o título. Essa medida simples impediria que os torcedores fossem desrespeitados e, sobretudo, impediria que dúvidas sobre a idoneidade dessa Comissão ficassem no ar. Resta-nos, infelizmente, torcer para que situações como essas não aconteçam mais no futebol jequitinhonhense e torcer para que no próximo ano, se houver campeonato, o título não seja dividido entre dois campeões: um campeão moral e um campeão imoral.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Jequitinhonha representada no Visões do Vale, realizado pela UFMG

mensagem

    Vem aí o Seminário Visões do Vale VI um espaço aberto para que membros de universidades, poder público, terceiro setor e sociedade civil possam compartilhar e discutir suas experiências e percepções sobre o Vale. O tema deste ano é Vale do Jequitinhonha: cultura e desenvolvimento. O Seminário vai abordar os diferentes aspectos da região que influenciam sua economia e desenvolvimento cultural. O Visões acontecerá nos dias 03 e 04 de novembro, no auditório 1 da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, campus Pampulha. os interessados em participar do Seminário como “ouvintes” poderão se inscrever através do e-mail visoesdovale@proex.ufmg.br. As inscrições podem ser feitas até o momento do evento, mas atenção! As vagas são limitadas. Não deixe sua inscrição para a última hora. Em anexo segue programação completa do evento. Mais informações sobre o evento e inscrições estão disponíveis no portal do Programa Polo: www.ufmg.br/polojequitinhonha. PARTICIPE E NOS AJUDE A DIVULGAR! Orgulho-me de participar, com o trabalho "Jequitinhonha: a cidade da alegoria e do devaneio" do Visões do Vale, e, orgulho-me, sobretudo, de ser uma pesquisador que não é movido pelo sentimentalismo exótico em relação ao Vale e pelas cansativas e repetitivas pesquisas, as quais, voltam-se, endemicamente, e, infelizmente, somente ao artesanato, à agricultura, à história, à geografia e à parasitoses da região. Reconheço que essas pesquisas são importantes,mas, deve-se diversificar as áreas de pesquisa sobre o Vale. E é isso que procuro fazer ao desenvolver pesquisas sobre a literatura da região.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Vereador Gêra Ornelas envergonha os jequitinhonhenses

Vereador despacha de samba-canção na Câmara de BH


Vídeo foi descoberto pelo MP em contexto de corrupção. Em uma das cenas, Gêra aparece sozinho instalando a câmera. Em outra, uma jovem é acariciada

Flávio Tavares/Reprodução
Gêra Ornelas
Na sequência, o vereador Gêra Ornelas vê o melhor ângulo para fazer a tomada em seu gabinete
Um vídeo obtido com exclusividade pelo Hoje em Dia e que está em poder da Justiça de Minas Gerais dá mostras por que a Câmara Municipal de Belo Horizonte ganhou o apelido de “Casa do Espanto”. Com cerca de 14 minutos, o filme é estrelado pelo vereador Geraldo Ornelas Guimarães, o Gêra Ornelas (PSB), de 61 anos, um dos mais veteranos da Câmara, com quatro mandatos consecutivos. Em uma das cenas ele aparece sozinho, sem camisa e usando uma cueca samba-canção branca com detalhes em azul. Em outra imagem, o parlamentar é flagrado acariciando os cabelos de uma jovem portando documentos que se assemelham a boletos de contas de água.

A filmagem reproduzida nas fotos da reportagem tem como palco o gabinete do parlamentar na sede da Câmara. Não dá para saber quando o vídeo foi gravado.
Além de ser o protagonista das cenas, Gêra é também o responsável pela produção e direção do filme num comportamento conhecido como exibicionismo compulsivo. Ou seja, é o próprio parlamentar socialista quem realiza as filmagens ocultas com uma câmera escondida numa caixeta de papelão.

Ao todo, o vídeo possui 45 minutos de duração sendo 14 minutos de imagens gravadas dentro da Câmara e o restante em tomadas externas recheadas de cenas proibidas para menores.

Para piorar a situação do vereador – que tem tudo para virar alvo de um processo por quebra de decoro –, o vídeo veio à tona em um contexto de corrupção. Gêra é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de ter montado um esquema de mensalinho no gabinete. Tanto que virou réu em uma ação de improbidade que corre no Tribunal de Justiça do Estado. Nela, o MPE pede o afastamento do cargo, o ressarcimento dos valores recebidos a título de propina e o sequestro de bens.

Em troca da manutenção do emprego no gabinete, ele extorquia, segundo o MPE, parte do salário de um assessor. Insatisfeito com os achaques, o ex-funcionário confiscou uma cópia do vídeo e entregou para um grupo de promotores de Justiça de Belo Horizonte.

Na denúncia, os promotores sustentam que o vereador amealhou R$ 690.182,23 pelo esquema de pagamento do mensalinho. Com autorização da Justiça, o MPE conseguiu a quebra do sigilo bancário e descobriu que o dinheiro foi depositado na conta corrente do parlamentar no período de 1997 a 2006. Convocado a prestar esclarecimentos, Gêra não conseguiu comprovar a origem do recurso.

Para reforçar o pedido de afastamento, os promotores fazem menção a filmagem. “Fita de vídeo anexada à investigação e ora incorporada aos autos mostra a prática de atos libidinosos pelo vereador Geraldo Ornelas Guimarães em seu gabinete parlamentar, no prédio da Câmara Municipal”, relatam.

E prosseguem: “O elemento grave e inaceitável nos atos praticados pelo requerido é o mau uso da máquina administrativa em todos os níveis, em proveito pessoal, sem barreiras éticas ou morais, com o nítido propósito de obtenção de vantagem. O cargo público é utilizado somente como passaporte para a consecução de objetivos primitivos e ilícitos”. O TJ ainda não se posicionou sobre o escândalo.

Cidadãos como o senhor Gêra Ornelas deveriam ter extinto o gentílico jequitinhonhense de sua carteira de identidade. E o pior é saber que a comissão organizadora da medalha Alferes Julião Fernandes Leão condecorou esse político e cidadão sem decoro com a maior honraria que um jequitinhonhense pode  receber. Creio que não só o mandato desse vereador deveria ser cassado, mas também deveriam ser cassados os mandatos de toda a comissão organizadora da medalha, a qual concedeu ao Gêra essa honraria. Gêra Ornelas envergonha aos jequitinhonhenses. Devolva a medalha Gêra!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Texto do mês de outubro da minha coluna no jornal Informativo, de Jequitinhonha

                                                                        
                                                                          A vida é assim

Depois de uma ausência descarnada de quase quinze anos, o mestrado me proporcionou morar, novamente, em Jequitinhonha, ainda que esse morar seja indefinitivo. Neste meu retorno, pude voltar a conviver e a ter o privilégio de conhecer pessoas como o Sr. Valdívio Gil de Souza. Conheci-o no bar Lambari, às margens do sossego brisante do Jequitinhonha, em uma sexta-feira matinal em que as sofrências da escrita da dissertação cederam lugar à boa prosa. Quando cheguei ao Lambari, acompanhado do meu tio Pedro, que passava férias na cidade, o Sr. Valdívio já estava tomando a sua cervejinha. Ao sentarmos na mesa ao lado da dele, notei que nos olhou desconfiado, quase pedindo um cumprimento. Fiz um gesto tímido com a cabeça, o qual logo fora interrompido pela chegada de uma cerveja canela de pedreiro, como diria a minha sobrinha Lorena. Após esse ínfimo cumprimento inicial, dispersei-me com os eloquentes assuntos de tio Pedro. Entre alternados lambaris fritos e goles de cerveja, conversamos sobre a construção da ponte e, consequentemente, sobre o lucro que vendedores de para-quedas terão em Jequitinhonha, uma vez que muita gente incrédula disse pularia de cima dessa ponte se ela fosse construída. Conversamos sobre a brilhante exposição “Cores e Movimento”, da artista plástica e pintora Marina Jardim, da cidade de Rubim, e sobre a encantadora exposição fotográfica acerca dos duzentos anos da cidade de Jequitinhonha que ficarão à mostra na Casa de Cultura de Jequitinhonha até o dia 28 de outubro. Conversamos ainda sobre a triste situação do cemitério jequitinhonhense e a falta de respeito e de sensibilidade com os mortos do nosso município, já que o cemitério não possui mais nenhum espaço e os túmulos se amontoam. E conversamos, sobretudo, besteiras de boteco, aquelas que não têm pretensão nenhuma e só servem para provocar risos fáceis.
E foi, então, interrompendo um desses risos, que o Sr. Valdívio entrou nesta coluna. Ele nos confidenciou que há muito prestava atenção em nossa conversa e, como estava sozinho, queria saber se podia participar do nosso papo. Dissemos que sim e ele começou a se escrever. Filho único, setenta e seis anos bem distribuídos e funcionário aposentado do DER, é dono de um sossego na fala e de uma felicidade contagiantes. Orgulha-se, entre outras coisas, de ter ajudado a construir, em 1965, a ponte de Almenara e de ter participado da construção de várias estradas do Vale. “A vida é assim”, era o bordão que o Sr. Valdir usava entre uma frase e outra. A vida é assim, comecei a refletir. A refletir e a anotar. Anotar no meu celular mesmo. Tomei nota de tudo que o Sr. Valdívio falava. Ele falava e eu anotava. E de vez em quando, perguntava-me: “anotou? Hoje, eu entro na história!” Anotei Sr. Valdívio! Anotei! E ele se divertia: “Ele gosta!” Gosto Sr. Valdívio, gosto! Um gostar que mesmo que eu quisesse, não saberia definir e tampouco fugir. Porque o Sr., Senhor Valdívio, é muito mais que um filósofo-beira-rio, construidor de estradas, de pontes e de frases do tipo: “Muita gente reclama que não teve sorte na vida. O porquê. Provavelmente, porque não dialogou. Na vida, é preciso ter diálogo.” Ou: “Comi o pão bem passado e mal passado da vida”. Ou então: “eu, tu, eles, nós, vós, eles, no singular e no plural”. O Sr., Senhor Valdívio, é muito mais que um caçador que, no passado, caçou no Bom Jardim e na Sapucaia. E muito mais que um pescador que relembra, saudosista, da época em que o rio Jequitinhonha tinha peixe de mais de 50 quilos. O Sr. é muito mais que um jequitinhonhense que sabe tudo de Aroeira, que se emociona ao falar dos filhos e que prefere andar de canoa à andar de helicóptero.
O Sr. é povo. Povo livre. Povo livre e Jequitinhonhense. É o povo que olha no além do horizonte com força descambaiante. Um olhar quieto em si mesmo, ensimesmado, e perdido no dentro do seu jeito onírico. O Sr. pertence a este povo jequitinhonhense que se oculta pelas ruas da cidade e pelos labirintos das roças cheio de história e de alegria para contar. Edgar Quinet, intelectual e historiador francês, certa vez disse que "Os povos livres são os únicos a ter uma história. Os outros, possuem apenas crônicas. São matéria para o erudito, e o gênero humano não os conhece." O Sr., Senhor Valdívio, vai mais além deste texto. Vai mais além das palavras. Vai além do mais além e da liberdade. Porque o Senhor construiu a sua história, a história desta cidade e a história do Vale independente de crônicas e de qualquer tentativa erudita de apreensão. O Sr., Senhor Valdívio, e outros tantos iguais a Você, possuem um segredo esfíngico que nenhuma academia é capaz de decifrar. É por isso, Senhor Valdir, é por isso que eu gosto. O povo possui uma sabença indecifrável e apaixonante que gosto de aprender, que gosto de sentir, pois aprendendo-a e sentindo-a, acabo aprendendo-me e sentindo-me. Aprendo, sinto e lembro daquele adolescente que deixou o município de Jequitinhonha há quinze anos com o desejo de mostrar ao mundo que não éramos o Vale da miséria. Não somos. E aprendi e senti isso não de fora para dentro através dos textos que li, leio e, certamente, lerei sobre o Vale. Aprendi e senti isso não nos seminários, congressos e tantos eventos dos quais participei defendendo e divulgando as coisas do Vale. Aprendi e senti isso aqui. Aprendo e sinto isso aqui. Aprenderei e sentirei isso somente aqui. Por isso, Senhor Valdir, é bom estar de volta e poder aprender e sentir, aprender a sentir, de dentro para fora, esta terra, lugar da sabença, lugar onde o povo é capaz de desconstruir até as “quase-certezas” de autores da corrente da desconstrução, como a do argentino Jorge Luis Borges, no texto “Aqui.Hoje”: “Já somos o esquecimento que seremos. A poeira elementar que nos ignora e que foi o ruivo Adão e que é agora todos os homens e que não veremos”. Parodiando-o e parafraseando-o, eu digo, então, em homenagem ao Sr. Valdívio: já somos a lembrança que seremos. E embora a poeira elementar, os ruivos Adãos e todos os homens que não veremos teimem em nos ignorar, estaremos. Aqui. Hoje. E Sempre. Sim, é gostoso dizer: a vida é assim!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Ponte sobre o rio Jequitinhonha


“Minha cidade mistura-se às canoas/ Ao vento que varre a orla do rio”. Estes versos do poema  “A cidade e as canoas”, do poeta jequitinhonhense Cláudio Bento, retrata, fanopeiamente,  a relação metafórica da cidade de Jequitinhonha com o rio e, metonimicamente, porque não dizer, com as suas canoas. Não podemos nos esquecer que as canoas fazem parte do cotidiano do rio Jequitinhonha desde o século XVI. Porém, com o fim do transporte fluvial pelo Jequitinhonha, provavelmente, entre as décadas de 50 e 60, elas passaram a transportar os jequitinhonhenses e os seus pertences apenas de uma margem a outra do rio. Agora, na cidade de Jequitinhonha, essa realidade está prestes a se modificar novamente. Será construída no município, até o fim do ano que vem, uma ponte que ligará uma margem a outra do rio, aposentando, assim, a histórica balsa, que até os dias de hoje ainda faz, heroicamente, o transporte fluvial de pessoas e cargas no município. A ponte, antigo sonho dos moradores da cidade, não só irá ligar a sede do município à zona rural, mas também proporcionará aos jequitinhonhenses, que moram às margens esquerda do rio, serem integrados, plenamente, às políticas públicas municipais, à vida citadina e também ao seu lazer. Muitos duvidaram deste projeto, tanto que disseram que pulariam de cima da ponte quando ela ficasse pronta. Sugiro, então, que comprem bastantes para-quedas, pois a ponte já está sendo construída. O povo jequitinhonhense, até que enfim, poderá conviver sob o signo da unidade. E as canoas e a balsa do município, sossegadamente, continuarão a se misturar à cidade e ao vento que varre a orla do rio. Parabéns ao prefeito Roberto Botelho por mais esta grande obra!

domingo, 2 de outubro de 2011

A VIVO em Jequitinhonha


O médico chega para um paciente e diz:
— Lamento lhe informar, mas o senhor vai morrer dentro de pouco tempo.
— Oh, meu Deus! Que notícia terrível! Quanto tempo eu ainda tenho de vida?
— Dez...
— Dez, o quê, doutor? Dez meses? Dez semanas? Dez dias?
— Nove... oito... sete...

A piada é sem graça, mas a ideia serve para ilustrar a sensação dos jequitinhonhenses que são clientes da Vivo. Nos últimos dias, o sinal desta operadora fora interrompido por diversas vezes, chegando a ficar fora do ar por mais de 24 horas. Um total desrespeito! Jequitinhonha, talvez, seja o único município em que o sinal da Vivo tenha prazo de validade. Isso nos faz, inclusive, sugerir um novo slogan para a próxima campanha publicitária dessa operadora: Vivo, o sinal mais morto do Brasil!