terça-feira, 15 de março de 2011

Escolas de Samba de Jequi

Por Rafael Almeida e Kívio de Paula
Integrantes da “Assessoria Jequi 200″

Escola de Samba Carrasco do Jequi, que desfilou durante 9 anos nas ruas de Jequitinhonha, foi fundada no inicio da década de 80 por Geraldo Ornelas. A iniciativa de criar a escola surgiu a partir de reuniões entre pessoas da cidade que usavam máscaras de carrasco durante o carnaval. As cores da bandeira do Carrasco eram o preto, o vermelho e o branco. A concentração acontecia na Praça Magalhães Pinto e de 300 a 600 pessoas desfilavam pela escola. A tradição dos desfiles era seguir pela Avenida Pedro Ferreira, passando em frente ao Mercado Municipal, onde as escolas paravam por aproximadamente 30 minutos.
Iara Guimarães de Magalhães foi uma das principais dirigentes do Carrasco. Ela desenhava fantasias, compunha sambas enredo e nunca deixava de desfilar. Segundo ela, os preparativos para o carnaval eram trabalhosos e demorados. Três meses antes do desfile as fantasias já estavam prontas e os ensaios da bateria começavam em agosto. Ela conta que o tema do samba enredo sempre se relacionava de alguma forma ao Vale do Jequitinhonha, mas também levava em consideração a facilidade de obter lucros para fantasias e alegorias. Quando o assunto é o financiamento dos desfiles, Iara desapontada relembra: “O que levou o fim das escolas de samba de Jequitinhonha foi a falta de verba para a confecção de roupas e carros”.
Iara ressalta a importância do carnaval das escolas de samba para uma retomada das tradições dos jequitinhonhenses. A ala das baianas do Carrasco, por exemplo, possibilitou que varias pessoas da terceira idade voltassem a pular carnaval. Quando perguntada sobre um possível resgate hoje dessas tradições, ela não hesita em concordar com a iniciativa. “Aquele carnaval era um movimento de alegria completamente democrático, onde todo mundo participava e não havia preconceito”, conclui.

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