quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Mais uma vez, a cidade de Jequitinhonha não é sequer mencionada em reunião que trata de instalação de novos campus da UFVJM no Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha

Expansão de universidade gera polêmica no Estado



O que seria, em princípio, uma boa notícia para a educação em Minas Gerais tem provocado polêmica no Estado. É que o Ministério da Educação irá expandir o campus da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), mas para localidades consideradas distantes de onde está instalada. Com o objetivo de debater o assunto, deputados e a comunidade interessada se reuniram em uma audiência pública promovida pelas comissões de Defesa do Consumidor e do Contribuinte e de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O encontro foi nesta quinta-feira (24/11/11), em Diamantina (Região Central).

A ideia do Governo Federal, anunciada pela presidenta Dilma Rousseff em 16 de agosto, é construir novos campi em Unaí (Noroeste), próximo da divisa com o Distrito Federal, e Janaúba (Norte). Dessa forma, a região dos vales se mobiliza para tentar reverter o atual quadro e levar o investimento para a construção dos novos espaços universitários em cidades da região.

O deputado Délio Malheiros (PV), autor do requerimento para a audiência, disse que o Conselho Universitário da UFVJM já aprovou a instalação dos campi nas cidades indicadas pelo Governo Federal, porém acredita ser necessário questionar a decisão. “Vamos lutar para trazer os campi para os vales. Não faz sentido privilegiar outros locais do Estado em detrimento de onde a universidade foi implantada”, salientou.

Mudança de nome –
Délio contou que um plebiscito será realizado com o objetivo de alterar o nome da instituição de ensino, após a implantação dos novos campi. Professores, alunos e funcionários que integram a universidade irão escolher uma entre as 13 propostas de nova nomenclatura. A mudança para Universidade Juscelino Kubitschek é uma das sugestões. A presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), de Almenara, e membro do movimento “A UFVJM é Nossa!”, Zinelma Calheiros, é contra essa alteração. “O nome é a nossa identidade”.

Zinelma disse estar “indignada” com o que está acontecendo. “Desde 2005, reivindicamos um campus em Almenara. Na época da criação da universidade, ficou acertado que teríamos direito a novos campi”, disse. Para ela, a ida da UFVJM para a cidade representaria não apenas um ganho cultural e educacional, mas, também, um incremento econômico para o município.

A opinião é compartilhada pela secretária de Saúde de Itaobim, Maflávia Ferreira. “Não entendemos essa necessidade de tirar as palavras ‘Jequitinhonha’ e ‘Mucuri’ do nome”, destacou. Ela reivindica, também, uma expansão da universidade para o médio e o baixo Jequitinhonha, “regiões não assistidas por ensino superior gratuito”. Ela afirmou que um estudo feito em Itaobim indica que o município é estratégico para receber uma extensão da UFVJM. “É alto o fluxo de veículos e pessoas que passam dentro da cidade. Além disso, toda nossa região conta com cerca de 120 mil jovens entre 15 e 21 anos”, afirmou.

União -
O prefeito de Diamantina, Geraldo da Silva Macedo, disse que, “com a união de todos”, haverá “força o suficiente para se alcançar a vitória” nessa questão. “Se perdemos os novos campi, daqui a pouco, a sede em Diamantina acabará mudando de local também”, criticou. O deputado Luiz Henrique (PSDB) acredita ser necessário que a universidade atenda, primeiramente, a região. “Torço para que os campi se instalem no Jequitinhonha e Mucuri, mas que a instituição possa se expandir para outros locais de Minas também”.

O deputado Célio Moreira (PSDB) disse entender a necessidade do Norte de Minas em ter uma universidade, mas salientou que seja feito um esforço para que a região tenha a sua própria faculdade. “Sobre os novos campi, vamos brigar para que se instalem nas regiões próximas a Diamantina”, ressaltou.

A Faculdade Federal de Odontologia de Diamantina (Fafeod) foi federalizada em 17 de dezembro de 1960. Em 2002, transformou-se em Faculdades Federais Integradas de Diamantina (Fafeid). Porém, no ano de 2005, foram elevadas à condição de Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Atualmente, a instituição dispõe, no total, de 32 cursos de graduação.

Também compuseram a mesa de debates o presidente da Câmara Municipal de Diamantina, Maurício da Paixão Maia; o diretor da Associação Comercial e Industrial de Diamantina, Leonardo Soeiro Pinheiro; e vereadores de Diamantina.

fonte: site da ALMG



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