domingo, 1 de julho de 2012

Amor

O corpo de meu amor parece um rio assim curvo, manso, perigoso. O coração de meu amor é um barco à deriva, uma bússula sem ponteiros, um mapa sem rumos. Mas meu amor conhece o itinenário das águas e o roteiro das pedras. Os cabelos de meu amor são naturais como natural é aquela queda d'água que nos venda os olhos e os olhos de meu amor são o tigre que te espreita na selva, na sala de visita deste teu pequeno e infenso corpo acomodado aos relâmpagos do coração. Enquanto meu amor adormece os olhos em algum remanso, o seu corpo brilha na superfície, é que, suas escamas foram lavadas com diamantes.

(Ronald Claver, do livro Nas Águas do Jequitinhonha)

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